22 abril 2007

Meios escassos, grande música

Por acaso, na sequência de posts anterior, dedicada a algumas vozes femininas que merecem carinho e dedicação neste blogue, acabei por ir parar a um vozeirão masculino que, nos idos de 70, mas também depois dessa era, fez alguma da música mais fascinante que conheci nos terrenos do rock progressivo. Refiro-me a Peter Hammill, o líder e motor criativo dos Van Der Graaf Generator que, em meados daquela década, gozaram de merecido prestígio entre os grandes nomes desse estilo que foi acusado de quase tudo, incluindo de ter condenado o rock à morte. Aos críticos das bandas "progressivas" há que dizer que os Van Der Graaf Generator não se apresentavam, em palco ou em estúdio, rodeados de toneladas de material. Em Still Life, o disco que justifica este texto, a banda constrói os temas sobre orgão, saxofone, baixo, bateria e nada mais. Isto, juntamente com a voz de Hammill, é suficiente para garantir a intensidade, o romantismo e o lado épico de faixas como Pilgrim, Still Life ou My Room (Waiting For Wonderland). Os meios são escassos mas a música é imensa.