21 abril 2007

Tori Amos e as versões

Não quero abusar da paciência de quem se dá ao trabalho de ler estas linhas e garanto que não faço de propósito, o que até feriria o nome deste blogue. Mas a verdade é que depois de ter aqui escrito sobre o novo álbum de covers de Patti Smith, lembrei-me de uma outra gravação de versões, também por uma intérprete feminina, que acabou por me andar a fazer comichão por detrás da orelha nos últimos dias. O disco em causa é Strange Little Girls, de Tori Amos, uma cantautora com quem tenho uma relação contraditória, passando de fases em que gosto muito para outras em que tenho alguma dificuldade em arranjar paciência para a entoação demasiado sofrida que, aqui e ali, Amos coloca na voz, com um exagero que lhe retira genuinidade. O álbum em causa não é brilhante. Mas tem algumas versões dignas de registo. É o caso do tema dos Stranglers que acaba por inspirar o título do disco ou de Hapiness Is a Warm Gun, dos Beatles, mas, acima de todas as restantes, a interpretação de Rattlesnakes, do primeiro disco de Lloyd Cole & The Commotions.