20 abril 2007

O género e a qualidade

Se este blogue tem leitores fiéis, aspecto que desconheço mas que, a verificar-se, desde já agradeço, já se terão dado conta de que, por aqui, há um fraquinho especial por vozes femininas. Não há qualquer razão especial. Simplesmente tem acontecido, nos últimos tempos, deparar-me com uma cada vez mais vasta escolha de intérpretes especialmente atraentes, em termos estritamente musicais que é o que para aqui interessa. Com a ressalva de que não conheço tudo o que se vai fazendo nos domínios da pop e que há fenómenos no género masculino que, certamente por incapacidade minha me deixam escandalosamente indiferente, como é o caso dos Arcade Fire, muitos dos projectos mais originais que vou descobrindo são protagonizados por mulheres. Um desses casos é Hanne Hukkelberg. Tanto quanto me apercebo, esta norueguesa vai no seu segundo álbum e a produção mantém um nível merecedor dos mais elevados encómios. Tudo começa pelo facto de Hukkelberg ter uma óptima voz. Depois, há o facto de as suas canções fugirem aos padrões banais da pop, mesmo a que é identificada como "alternativa". Por fim, os arranjos, compatibilizando instrumentos acústicos e electrónicos, servidos por uma produção impecável completam um todo quase perfeito. Rykestrasse 68 é o título deste novo álbum de Hanne Hukkelberg. Escutem-no.