16 abril 2007

Vivaldi, para além de As Quatro Estações

Um problema que perturba uma justa apreciação de Vivaldi é o facto de se tratar do autor de uma das obras mais populares de sempre, As Quatro Estações. Estes concertos para violino já foram adoptados como banda sonora de quase tudo, desde spots publicitários a meio de entretenimento instalado nas centras telefónicas destinado a ajudar a passar o tempo enquanto alguém aguarda que lhe passem uma chamada. De tanto serem exploradas, a propósito de tudo e de nada, As Quatro Estações acabaram por reduzir as possibilidades de Vivaldi ser conhecido por outras razões igualmente importantes, porque a sua música vigorosa, fácil de apreender mas exigente para os executantes, é muito mais do aqueles quatro concertos de que, normalmente, um ouvinte menos atento só conhece algumas passagens. Um dos interesses deste compositor veneziano está no facto de ter criado música para uma enorme diversidade de instrumentos. Incluindo o bandolim que é o objecto central deste disco da orquestra Europa Galante, liderada pelo violinista Fabio Biondi, e que, tal como a obra de Messiaen que referi anteriomente, enfiei no saco das compras depois de ter feito uma primeira abordagem à promoção de obras clássicas que, por estes dias, está em curso na Fnac.