16 fevereiro 2007

O bebop que vem da Hungria

Miháli Dresch poderá ser um nome estranho para muita gente, mas o facto é que se trata de um dos grandes saxofonistas europeus da actualidade, nascido na Hungria e com provas dadas no manuseamento do sax tenor e soprano. Tropecei por acaso, aqui há uns anos, neste Hungarian Bebop, onde Dresch toca com o seu quarteto, integrado por Ferenc Kovács, no violino, Mátyás Szandai, no contrabaixo, e István Baló, na bateria. Fui movido para escutar o disco pela simples curiosidade de descobrir um nome que, na época, me era desconhecido, mas igualmente pelo facto de Archie Shepp, outro saxofonista, mas de origem norte-americana e já com intensa rodagem nas estradas do jazz, ser a estrela convidada do álbum. O folk húngaro tem, aqui, um encontro com a música improvisada, de pendor vanguardista, mas nem por isso Hungarian Bebop deixa de ser um disco relativamente acessível ao primeiro contacto. Entre os seis temas originais, cinco compostos por Miháli Dresch e um da responsabilidade de Archie Shepp, não é fácil decidir qual deles destacar. Mas se a intenção for a de aderir rapidamente a este disco, então o melhor é começar pelo fim, pelo tema que dá o título ao álbum.