13 fevereiro 2007

A luz de Coltrane

John Coltrane morreu há 40 anos mas é impressionante a influência que ainda hoje a sua obra exerce sobre dezenas de saxofonistas e de outros instrumentistas e compositores. O poder extraordinário da sua música inovadora, sobretudo a que foi produzida nos anos 60 com o seu quarteto histórico na companhia de Elvin Jones, McCoy Tyner e Jimmy Garrison, continua a atingir sucessivas gerações. Stefano di Battista, executante de origem italiana de saxofone alto e soprano, pode ser incluido entre os seguidores do grande mestre. O peso de Coltrane no seu som é bem evidente no ábum homónimo editado pela Blue Note em 2000, dando-se o caso, que não será coincidência, de o baterista que toca neste disco ser, precisamente, o veterano Elvin Jones. Em oito dos 11 temas deste disco, Battista tem ainda como parceiros o pianista Jacky Terrasson e o contrabaixista Rosario Bonacorso, a quem se junta o trompetista Flavio Boltro nas restantes três faixas. O repertório é da autoria dos elementos da banda, com a maioria a ser assinada pelo respectivo líder. É um dos grandes álbuns do jazz europeu dos últimos anos. E se todo o disco merece ser conhecido, o arranque com Elvin's Song é simplesmente arrebatador, pelo tempo forte imprimido por Jones na bateria e pela prestação de Stefano di Battista no sax soprano. Um perfeito delírio.