09 fevereiro 2007

A gestão das expectativas

Quando uma banda causa enorme alarido e surpresa com um disco de estreia que acrescenta algo de diferente, a expectativa em relação ao sucessor é redobrada. Como a história está recheada de casos prometedores que acabaram por se quedar por estreias ruidosas mas fugazes, o ouvido experiente toma as suas cautelas. Vejamos a situação dos Clap Your Hands Say Yeah. Desde o nome bizarro ao conteúdo do seu primeiro CD, tudo estava talhado para que fossem entronizados como o próximo grande acontecimento da pop alternativa. E assim foi. Recolheram abundantes elogios, e justificados, pela sua obra de estreia, posicionaram-se como um dos projectos mais originais a surgir nos últimos anos e, depois da festa, recolheram aos estúdios para decidir o que fazer a seguir. Some Loud Thunder, a aguardada sequela, acaba de aparecer por aí, mas uma audição deste disco não deixa de causar alguma desilusão. Há boas canções, como Mamma, Won't You Keep Those Castles in the Air and Burning?, Satan Said Dance, Goodbye to the Mother and the Cover ou, ainda, Underwater (You and Me). Porém, a impressão geral é a de que uma parte do fulgor do arranque se perdeu pelo caminho e não foi substituído, banalizando onde se esperavam soluções criativas e colocando este novo disco uns degraus abaixo do anterior. Valerá a pena esperar pela terceira tentativa ou será melhor ir baixando as expectativas?

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A famosa síndrome do segundo disco tem abocanhado cada vez mais bandas e artistas nos últimos anos. Seria o fulgor midiático que se cria em cima desses trabalhos? Talvez. Mas o fato é que está cada vez mais comum e muitas bandas se perdem nessa pressão. Algumas retornam ao pique no terceiro, outras de fato nunca voltam... Não conheço a banda citada, até porque nem sou muito de ouvir pop, mas de qualquer maneira, o caso dela é mais um dos tantos observados.

Marcos

1:06 da manhã  

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