04 fevereiro 2007

O metro de Chicago e outras preciosidades

Um disco que, em cinco, reúne quatro dos nossos músicos favoritos tem fortes probabilidades de satisfazer as expectativas, a não ser que alguma catástrofe inesperada se tenha abatido sobre as criaturas em causa. Felizmente, não é essa a situação de In The Loop, um CD que me chegou às mãos por alturas do Natal de 2006, mas que só agora é contemplado com um post. Para começar, o disco é assinado por Ted Nash, um saxofonista que, por estas bandas, tem crédito praticamente ilimitado. Depois, inclui o pianista Frank Kimbrough, outro músico que não tem por costume desiludir os seus seguidores. Acresce, ainda, que no contrabaixo e na bateria estão, respectivamente, Ben Allison e Matt Wilson, dois valores seguríssimos em cada uma das modalidades. Para completar o cenário, deve mencionar-se o trompetista Marcus Printup que, em In The Loop, faz uma assinalável parceria com Nash na condução dos solos que se podem escutar ao longo do álbum. Este quinteto, que o seu líder identifica com o nome de Still Evolved, é um dos mais entusiasmantes projectos do post-bop actual e o disco em causa é mais uma prova. O tema que fornece o título ao álbum, inspirado pelo El - o metro ligeiro de superfície de Chicago - é apenas uma das preciosidades.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Parabéns pelo blog meu caro. Como fã assumido de Post Bop, encontrei em seu blog um lugar deveras bacana para aumentar conhecimentos musicais e divagar sobre determinados trabalhos. Parabéns pelos textos, estão coerentes e eficazes. Me agrada muito também o ecletismo de bom gosto encontrado por aqui, onde mais poderia ler um texto sobre Creedence, Simon & Garfunkel, Dave Holland e Tindersticks? Continue o bom trabalho.

Marcos Kuhn

5:28 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Eu ainda não tive a chance de ouvir esse trabalho do Ted Nash, mas devido aos seus comentários já estou a procura dele. Interessante como o jazz atual está a todo vapor, apesar de quase não se ouvir falar dele pelo meio midiático. Do jazzpop ao avant-garde, o jazz continua existindo. Ainda bem!

5:34 da tarde  
Blogger J. said...

Obrigado pelos comentários. O disco do Ted Nash vale mesmo a pena e testemunha que o jazz está, de facto, em fase de grande dinâmica criativa. Não faltam bons músicos a lançar óptimos álbuns. E o melhor é que não é apenas nesta área que se podem encontrar grandes discos. Isto sem contar com o fundo de catálogo que continuará a merecer (re)visitas regulares aqui n'A Música do Acaso.

11:45 da tarde  

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