03 fevereiro 2007

Pouco, mas melhor do que nada

Dou uns toques na viola, o que corresponde a dizer que percebo muito pouco da poda e que, à medida que fui conhecendo mais música e, acima de tudo, o trabalho de mais guitarristas, comecei a alargar a duração das temporadas em que guardo a dita a um canto e até me esqueço que ela existe. De quando em quando, decido limpar o pó às cordas e ver se ainda consigo fazer alguma coisa que se possa considerar minimamente de jeito. Como o treino é escasso, estes curtos episódios em que decido testar novamente as minhas capacidades resumem-se a interpretar dois ou três temas de uma simplicidade infantil, mas que permitem acalentar a esperança de que, um dia, com tempo e força de vontade, ainda conseguirei tocar alguma coisa com um nível, pelo menos, digno. Ontem, foi um desses serões em que decidi matar saudades. Afinei a viola, rebusquei a memória e lá arranquei meia dúzia de sequências de acordes capazes de fazerem uma canção do princípio ao fim. Um dos temas foi Bad Moon Rising, dos Creedence Clearwater Revival, um dos singles clássicos da banda e incluido no álbum Green River. É pouco? Pois é. Mas saber tocá-lo, sem enganos nem hesitações nos seus complexos três acordes, é melhor do que nada...