15 dezembro 2006

Os Byrds e um dilema

Quando me apetece ouvir um disco dos Byrds, difícil é escolher entre a mais de meia dúzia de álbuns marcantes que a banda fez nos anos 60. Desde a estreia, com Mr. Tambourine Man, a Ballad of Easy Rider, os Byrds foram semeando a sua influência à medida que absorviam o que lhes ia chegando de fora. Começaram pelo folk, passaram pelo psicadelismo e, finalmente, contribuíram para criar as fundações do country-rock naquela que, na minha opinião, é uma das fases menos interessantes do seu percurso mas, ainda assim, muito longe de poder ser considerada medíocre. As harmonias vocais e a guitarra eléctrica Rickenbaker de 12 cordas que Roger McGuinn ajudou a popularizar fazem parte da personalidade vincada dos Byrds. Em cada um dos discos que gravaram na sua década dourada, há pelo menos uma canção que eu não dispensaria como bagagem para uma hipotética ilha deserta. Em The Notorious Byrd Brothers, editado no auge da onda psicadélica que varreu o rock, em 1968, o tema eleito é Draft Morning. Mas, se houvesse espaço nas malas, ainda lhe acrescentaria Tribal Gathering, em que David Crosby assegura a voz principal. A boa notícia é que não há nada no horizonte que me diga que, um dia, terei de fazer opções complicadas como estas.