
Começo por revelar que as vozes femininas recentes que se movimentam na área do jazz, ou próximo dela, têm sido objecto de algum desprezo da minha parte. Por algum motivo, a avalanche de nomes que têm chegado ao mercado nem sempre têm suscitado o meu interesse. Tenho até sentido algum enjoo perante a banalidade de algumas propostas que, no entanto, gozam de enorme sucesso. É o caso de - sacrilégio! - Norah Jones. Não lhe acho graça nenhuma, do ponto de vista musical. No extremo oposto, no entanto, coloco Madeleine Peyroux. Esta, sim, é uma voz irresistível, emotiva, talhada com cuidado e dedicação, moldada com uma paixão que faz lembrar grandes figuras como Billie Holiday, a diva que não deixa de vir à recordação enquanto se escuta Peyroux.
Half the Perfect World, o seu novo disco, é uma obra delicada, cantada com ternura e traz Madeleine Peyroux de regresso, como sempre, mais voltada para os blues do que para o jazz. Quem anda à Norah que me desculpe, mas se quiserem fazer comparações, eu acho que Madeleine Peyroux é que é uma cantora com "C" grande.
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