31 janeiro 2007

Frescura e melodia

Se há aspecto que deve alegrar qualquer melómano é que, em Portugal, está a consolidar-se, actualmente, uma produção de jazz protagonizada por músicos que, por cá ou em qualquer outra parte do mundo, merecem ser escutados com a devida atenção. Desde o nascimento deste blogue já citei álbuns de Bernardo Sassetti, Mário Laginha e Carlos Bica mas a estes há que acrescentar mais nomes e gravações que serão devidamente citadas nos próximos tempos. A que hoje tem direito a destaque é a mais recente edição do sexteto do baterista Mário Barreiros, intitulada Dedadas. A primeira referência positiva vai para as excelentes composições, todas elas originais dos elementos da banda, entre as quais três da autoria do respectivo líder. De seguida, há que assinalar a superior qualidade dos instrumentistas, matéria em que eu sublinharia o labor de José Pedro Coelho, José Luís Rego e Mário Santos, que asseguram os saxofones soprano, alto e tenor e ainda os clarinetes, assim como o pianista Pedro Guedes. Mário Barreiros, já se sabe, é um baterista com provas dadas e está à altura dos seus créditos. Dedadas é um disco de post-bop, fresco e melodioso. O jazz feito em Portugal está vivo e recomenda-se.