23 dezembro 2006

Não há coincidências?

A primeira observação a fazer a respeito do disco que justifica este post é a de que Taj Mahal é um nome, no mínimo, curioso para um intérprete de blues. A sua biografia refere que a ideia de adoptar a designação de um dos mais célebres monumentos do mundo lhe surgiu num sonho. Não terá sido o primeiro, nem o último músico a recorrer a esta táctica para encontrar um nome invulgar e fácil de decorar, pelo seu carácter inesperado. Mas adiante. The Natch'l Blues é uma das primeiras gravações que Mahal liderou, no final dos anos 60, e que lhe valeram a fama de ter recuperado as tradições dos blues acústicos, apesar de os instrumentos eléctricos também se escutarem por aqui. É o terceiro disco de uma trilogia cujos temas permanecem bem frescos tantos anos depois da sua aparição. Na versão remasterizada que actualmente se pode encontrar no mercado, a qualidade do som é óptima e ainda há o direito a aceder a três canções extra, sendo uma delas uma versão alternativa de The Cuckoo e as restantes, tanto quanto sei, inéditos que estiveram adormecidos nos arquivos. O mais estranho é que hoje, quando decidi escrever sobre The Natch'l Blues, estava longe de imaginar que a versão original, em vinil, foi lançada a 23 de Dezembro de 1968, faz hoje precisamente 38 anos. Ainda dizem que não há coincidências.