09 maio 2007

Björk dá-me a Volta

Descobrir um excelente disco é bom. Descobrir dois é ainda melhor. Depois de Frida Hyvönen, dei de caras com Volta, o novo de Björk. Já tinha lido algumas referências elogiosas ao mais recente CD da islandesa e estava com grande curiosidade de saber que desafios nele se poderiam encontrar. Não fiquei desiludido, antes pelo contrário. Björk regressou com um disco de que se gosta à primeira audição, mas sem cair em facilidades. De alguma forma, a música está mais próxima daquilo que fez em discos como Homogenic, com linhas melódicas de percepção mais imediata, mas os arranjos mantêm-se tão minimalistas quanto sofisticados. Há temas em que a electrónica comanda com dureza as operações. Noutros, como o que é interpretado em dueto por Björk e Antony, são os metais que se estendem solenemente por detrás das vozes. Menos cerebral, mais emocional, é o que se deve afirmar sobre a música de Volta, com Björk em plena maturidade. Será, seguramente, um dos grandes discos deste ano.