08 janeiro 2007

Apenas mais um texto sobre David Bowie

Hoje, não há gato-sapato que não assinale os 60 anos de David Bowie. Por isso, aqui fica mais um texto sobre o "camaleão". A primeira canção de Bowie que me lembro de ter escutado foi Life On Mars?, numa juke box roufenha instalada na esplanada de um café. As férias de Verão já estavam a chegar ao fim e, à falta de melhor, um grupo de amigos reunia-se pela tarde junto da maquineta, juntava os tostões disponíveis e escutava meia dúzia de singles. Não abundava o material novo e, tanto quanto me recordo, a canção já tinha sido editada há dois ou três anos quando finalmente me foi apresentada. A adesão foi instantânea e ainda hoje é um dos temas de que mais gosto entre a já vasta obra de David Bowie. Nesse início dos anos setenta, o músico ainda vestia a pele de Ziggy Stardust, assumindo-se como uma das personagens mais exóticas nessa onda a que se foi dado o apelido de glam-rock. Não sou um fã incondicional, mas aprecio a capacidade de Bowie para se reinventar, na imagem e na música, sempre atento, e algumas vezes à frente, das tendências. Podia destacar, aqui, Hunky Dory, quanto mais não seja porque é o álbum que inclui Life On Mars?. Mas prefiro homenagear o aniversariante através de Diamond Dogs. Foi o primeiro, e durante muito tempo, o único LP que detive de David Bowie e, por isso, tenho-lhe um afecto especial. Além do mais, o riff de Rebel Rebel é merecedor de figurar em qualquer antologia da pop.