12 janeiro 2008

William Parker, o poderoso

Gosto de discos de jazz, em quarteto, sem piano, assentes num contrabaixo poderoso, que diz para onde é o caminho. William Parker sabe liderar gravações que se inscrevem neste género. Tem, ainda, a vantagem de saber escolher os bateristas que o ajudam a erguer as estruturas dos temas que regista nos seus discos. Hamid Drake, por exemplo, um soberbo executante, ajudado pelo facto de o som da sua bateria dispensar filtragens, surgindo com a qualidade natural de uma gravação de garagem, sem artifícios purificadores. Sound Unity tem, também, o contributo de Rob Brown, no saxofone alto, e de Lewis Barnes, no trompete. Todos juntos, fazem uma banda sólida, cheia de energia exaltante. Os menos pacientes podem começar pelo fim, um divertimento reggae, assente na linha do contrabaixo, antes de se lançarem no resto. Grande disco, é o que consigo garantir.