26 maio 2007

Como tramar um martelo e um berbequim

Confissão: nunca escutei este álbum do princípio ao fim. Comprei-o em obediência a um impulso consumista pateta. Com franqueza, considero que aquilo que se escuta neste CD não é música, mas admito que o defeito até seja meu. Também não compreendo por que motivo este acidente na carreira de Pat Metheny foi tão elogiado. Cerca de uma hora de pura distorsão parece-me apenas agressão sonora. Mas talvez eu seja um bota de elástico. O que nunca imaginei é que a posse de Zero Tolerance for Silence me viesse a ser útil para protestar com o vizinho que não cessa de furar as paredes e de martelar pregos a qualquer hora. Hoje, mal começou o ruído algures num andar perto de mim, coloquei este disco a tocar, com volume redobrado, fui tomar café e comprar o jornal e só regressei uma hora depois. O prédio estava em profundo sossego. Quanto tempo vai aguentar-se assim?