25 março 2007

Uma banda gigante

Aqui está uma banda de rock que, tanto quanto sei, nunca se meteu em avarias com orquestras. Uma boa justificação é que não precisava de o fazer porque a originalidade e complexidade da sua música dispensava qualquer outra espécie de aparato que não fosse a que naturalmente se desprendia do talento dos seus elementos e da qualidade e espírito inovador da sua obra. Em causa estão os Gentle Giant, um dos grupos mais vanguardistas da era do chamdo rock progressivo, mas que nunca alcançou a popularidade de outras bandas do mesmo ramo, como os Genesis de Peter Gabriel ou os Yes. Em parte, isso deve-se à maior exigência da sua música. No seu período de maior fulgor, entre o final dos anos 60 e a primeira metade dos anos 70, os Gentle Giant surpreenderam com a sua capacidade de inovação, ao juntarem o rock com o jazz, a música erudita e, até, medieval, deixando desconcertado quem quer que, na época, julgasse que, no mundo do rock, os músicos conheciam três acordes e pouco mais. Antes de ceder à tentação de acrescentar audiências fazendo cedências na qualidade do seu trabalho, a banda produziu uma meia dúzia de álbuns geniais e ainda hoje merecedores desse qualificativo. Só para matar saudades, In a Glass House, com o seu célebre arranque feito à custa do ruído de vidros a serem quebrados, teve hoje direito a ser colocado a girar no leitor de CD.