03 dezembro 2007

Docas

Há dias em que me sinto assim. E há dias em que gostava de estar assim. Sentado numa doca, a gastar o tempo. O desperdício, por um lado, e a tranquilidade que muitas vezes falta, por outro. Não passava de um puto quando a canção que dá título a este álbum póstumo de Otis Redding andou pelas rádios. É daquelas melodias que jamais me saiu da memória. Após muita procura e alguma hesitação, lá trouxe o disco para casa. E aqui estou, em mais uma experiência nostálgica, a escrever sobre um CD que inclui 11 temas, todos eles interpretados num tempo que, no meu tempo, se apelidava de slow. São todos bons, mas (Sittin' On) The Dock Of The Bay é um momento sublime para quem interpreta, para quem compôs (Redding e Steve Cropper) e para quem o escutou e persiste em não esquecer. Aqui fica mais um pedaço de nostalgia a propósito de uma carreira interrompida no auge.