26 setembro 2007

Eu estive lá (nas duas vezes)

Estive ontem no concerto dos Police no Estádio do Jamor e gostei. Não sou adepto das reuniões de velhas bandas, nem deixo de ser. Não há regras nesta matéria. Justificam-se estas digressões quando os músicos estão em forma e preservam as qualidades que os fizeram singrar. Tornam-se penosas de ver quando os veteranos não são capazes de evitar arrastar-se no palco sem gosto, nem empenho, fazendo a coisa numa tentativa patética de recuperar o brilho do passado e, de caminho, ganhar algumas coroas. Houve poucos saltos em cima do palco do Jamor e, 27 anos depois da apresentação dos Police no Restelo, uma parte da frescura foi-se, quanto mais não seja pelo facto de os temas mais desejados já não serem novidade. No Estádio do Restelo, em Setembro de 1980, canções como Don't Stand So Close To Me e De Do Do Do De Da Da Da eram absoluta novidade porque ainda nem tinham sido editadas. Na altura, a banda de Sting, Summers e Copeland ainda só tinha lançado os álbuns Outlandos d'Amour e Reggatta de Blanc. Mas pouco importa. No fim de contas, os milhares de pessoas que encheram o recinto estavam lá precisamente para reescutar, ao vivo, os clássicos de uma das melhores bandas de sempre. E sob este ponto de vista, o concerto de ontem representou duas horas de bom investimento. Sting está bem e ainda é capaz de fazer os agudos mais difíceis quando está para aí virado. Stewart Copeland mantém o seu estatuto de baterista irrequieto e vigoroso, enquanto Andy Summers, bastante mais discreto na pose, continua a ser um guitarrista criativo, passeando entre as referências do rock e do jazz. Message in a Bottle, Walking On The Moon, So Lonely e Roxanne foram apenas algumas das faixas incontornáveis que desfilaram pelo sistema de som para alegria da audiência. Em 1980, a entrada dos Police em palco foi precedida da audição de Voices Inside My Head, de Zenyatta Mondatta, em playback. Ontem, o tema, um dos meus favoritos, foi interpretado numa versão fundida com When The World Is Running Down, You Make The Best Of What's Still Around. Foi bom de ver que estes Police ainda têm muita autoridade. Agora, só falta um álbum de originais e um DVD documentando a digressão.

2 Comments:

Blogger Unknown said...

Como eu gostaria de la´ter estado também, mesmo que a energia dos senhores já não seja a de outros tempos.
Quem sabe...nunca esquece.
Bom fim-de-semana!

2:06 da tarde  
Blogger J. said...

A energia, exceptuando os saltos em palco, estava lá. A frescura é que acusou a passagem do tempo. Por exemplo, podiam ter-se lembrado de fazer outras "misturas". Enfiar o tema Reggatta de Blanc a seguir ao primeiro refrão de Can't Stand Losing You é uma solução demasiado previsível, igual ao que sempre fizeram. De resto, um bom concerto de um grande trio. Obrigado pelo comentário :)

1:57 da manhã  

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