14 outubro 2006

1+1=1+1

Numa busca na Internet descobri, casualmente, que Pat Metheny e Brad Mehldau tinham acabado de editar um CD. Nunca me passou pela cabeça que tal dupla algum dia se fosse juntar para gravar um disco. Mas não me pareceu que o projecto fosse destituído de sentido. A junção, em estúdio ou ao vivo, de dois músicos excepcionais tem fortes probabilidades de resultar num rotundo fracasso ou num enorme sucesso. Em ambos os casos, fica garantida uma impressão duradoura, por bons ou maus motivos. Gosto dos dois músicos. Enfim, gosto mais do pianista que do guitarrista. Metheny mantém alguma capacidade para surpreender, mas tende a repetir-se a si próprio com demasiada frequência. Neste caso, acho que a frescura de Mehldau acaba por se conjugar bem com a personalidade vincada de Metheny. Tratando-se de dois músicos com um elevado foco na melodia, a música deste álbum resulta praticamente perfeita. Nenhum se sobrepõe, cada um respeita o espaço do outro. E eis como a soma de duas partes igualmente afirmativas pode produzir um resultado harmonioso.